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domingo, 24 de junho de 2012

Autora promete mais drama para Carrossel, chamando atenção para a inclusão social

A novela Carrossel acaba de completar um mês no ar e sua história vai ganhar um reforço e tanto. Dois alunos com deficiência física estão para chegar à Escola Mundial. Um deles terá problemas de locomoção e o outro será cadeirante. Os atores mirins Bruna Carvalho e João Lucas Takaki já começaram a rodar suas cenas nos estúdios do SBT, mas a emissora ainda não divulga a data em que os personagens poderão ser vistos pelo telespectador.
Os novos personagens vão abordar a questão da inclusão social na trama e ainda serão uma forma de a autora Íris Abravanel, que é responsável pela adaptação do texto original, homenagear os bonequinhos do Teleton, Tom e Nina. João Lucas Takaki, que tem 9 anos e é paraplégico, vai levar sua experiência de vida para tela na pele de Tom.
Já Bruna Carvalho, que se chamará Nina, vai interpretar uma menina que teve traumatismo craniano depois de um acidente e terá de usar muletas. A atriz participou da novela Amor e revolução, também do SBT, como Lara. "Estou muito feliz porque minha personagem vai representar a inclusão social. É uma grande oportunidade. No começo foi muito difícil fazer os movimentos certinhos para mostrar como é a realidade de uma criança que vive assim. Nina vai usar aparelho na perna e no braço", conta Bruna, que revela que teve de fazer laboratório na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para aprender a andar como a personagem deveria.
Íris Abravanel afirmou durante o lançamento da novela que iria colocar drama para todos se emocionarem, mas sua intenção mesmo era que todas as crianças se sentissem representadas em Carrossel. Com a chegada dos novos alunos, essa representação da realidade só vai aumentar.
Essa é a quarta novela de Íris e sua equipe. "Fomos atrás do que não sabíamos antes. Estamos bem seguros. Da primeira trama para cá, crescemos bastante", confidencia a mulher de Sílvio Santos.
A história da novela é baseada na convivência, descobertas e problemas enfrentados pelos alunos da segunda série do colégio, que serve de cenário principal da trama. Os alunos tentam resolver todas as suas questões da melhor maneira possível e contam com a ajuda da professora Helena (Rosanne Mulholland), que acaba sendo uma verdadeira mãe para todos eles.

Brincadeira é coisa séria
Ele é uma daquelas crianças que encantam, enquanto ela parece uma boneca de porcelana. Beleza e atrativos para lá de cativantes não faltam a Jean Paulo Campos e Larissa Manoela, os intérpretes de Cirilo e Maria Joaquina na novela Carrossel. Porém, o casal de protagonistas mirins da trama vai além. Nos bastidores, o garoto é apontado como um talento nato. Jean Paulo, 9 anos, é filho de um cabeleireiro com uma manicure e debuta no horário nobre e na fama.
Já Larissa, 11, está mais acostumada com os holofotes, trabalha há seis anos e até já fez filme com Selton Mello, o longa-metragem O palhaço. Mas nenhum dos dois nem suas famílias esperavam que a repercussão em torno da atuação deles fosse tão grande. "Agora, todo mundo fala que tem dó de mim", diz o pequeno astro, referindo-se ao sofrimento de seu personagem, que é frequentemente maltratado por Maria Joaquina.
Para Larissa Manoela, o assédio no seu colégio serviu de termômetro. "Dois dias depois da estreia da novela, praticamente não tive recreio, porque todo mundo ficou em cima, pedindo autógrafo. Tanto é que depois, quando acabou a aula, invadiram o pátio e minha sala de aula. Quase não consegui sair da escola", comenta a menina.
O sucesso não é à toa. O enredo de Carrossel acertou em cheio. A novela tem o mérito de ter levado para o SBT um público que havia se rendido à TV paga. A trama também colocou a emissora de Sílvio Santos no primeiro lugar de audiência e se tornou alavanca que impulsionou todo o ibope da emissora.

Apoio psicológico 
Quem resiste ao amor do menino pobre e negro, história de Cirilo, pela patricinha da escola? As carinhas de Jean Paulo sofrendo são de cortar o coração. Os dois atores, como o restante do elenco infantil, recebem apoio psicológico para separar a ficção da realidade. "Meus pais me falaram que racismo é quando uma pessoa se acha superior aos outros e isso pode ocorrer por causa de cor de pele e de posição social. Então, a Maria Joaquina faz isso. Ela é racista. É uma personagem interessante, porque eu já tinha feito uma menina petulante, mas ela é pior. Ela é malvada e nojenta", revela Larissa, que é extremamente bem articulada para sua idade
Tanto Larissa quanto Jean Paulo não tinham nascido quando a versão mexicana da novela foi exibida no Brasil, também pelo SBT, no início da década de 1990. Mas, como essa geração é de internautas, os dois pesquisaram e viram cenas de seus personagens pelo YouTube. "Pesquisei tudo. Li como era a Maria Joaquina, mas não quis copiar. Está sendo muito mais legal poder construir a personagem, o jeito de ela falar, de mexer no cabelo etc. Ela sempre vai ser metida, tem defeitos que tenho que seguir, mas é bom lembrar que ela não deixa de ser criança e que tem sentimentos muito fortes", conta Larissa, que já adianta que quer ser atriz para sempre. "Uma atriz completa tem de fazer teatro, cinema e TV, mas quero fazer faculdade de moda também, porque gosto muito de roupas", conta.
A carreira da menina começou numa agência de modelos em sua cidade natal, Guarapuava, no Paraná. Essa é sua segunda novela. Ela fez Corações feridos e três musicais no teatro: A noviça rebelde, Gypsy e As bruxas de Eastwick. "O dinheiro que ganho fica depositado numa poupança, para quando eu crescer. Sei que mais tarde vou investir em imóveis, mas agora são meus pais que cuidam disso", declara a pequena estrela, filha única de um consultor imobiliário e de uma pedagoga. "Eles sempre me incentivam. A única coisa que pedem é para eu deixar um tempo para brincar", diz Larissa.
Jean Paulo Campos já tinha feito participações em comerciais e em outras novelas como figurante. "No primeiro teste, fiquei nervoso, mas passei. No segundo, foi a mesma coisa. Fiz cinco testes para ser o Cirilo", lembra. Seu desafio é mesmo o de brilhar com a ingenuidade de seu personagem, e ele tem caprichado.
"É impressionante a evolução e a maturidade dessas crianças. Até o fim da novela, eles sairão formados daqui", brinca Íris Abravanel. Cláudio Campos, pai de Jean, que o acompanha nas gravações da novela, afirma que o filho está adorando o trabalho e que da forma que o esquema de gravações foi montando não há como atrapalhá-lo nos estudos. "Ele sai da escola ao meio-dia e vai direto para o SBT. Um carro da emissora leva a gente. Lá, ele almoça antes de começar a gravar. Às 8h da noite, já estamos voltando para casa. Às vezes, meu filho faz suas lições nos intervalos das gravações ou espera chegar em casa para cuidar das tarefas".  

Fonte: Diário de Pernambuco

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